A segunda lei da termodinâmica é uma das construções intelectuais mais intrigantes de todos os tempos. Desde suas primeiras formulações no século XIX, tem sido fonte de discussões acaloradas entre cientistas das mais variadas origens, nos mais variados ramos das ciências. Apesar de seu foco ser os sistemas macroscópicos, algumas vezes tem sido abusivamente “aplicada” ate mesmo a fenômenos sociais, gerando interpretações que poderíamos classificar, no mínimo, como perigosas. No final do século XIX, décadas depois das primeiras idéias de Carnot, Boltzmann introduziu uma interpretação probabilística para a segunda lei, o que aumentou explosivamente o material disponível para a já polemica discussão do tema. Em meados do século XX, colocou-se mais “lenha na fogueira” com o advento da teoria da informação introduzida por Shannon. Na ultima década, no estudo dos chamados sistemas complexos, o mesmo tema ganha mais uma vertente [1]. Do ponto de vista macroscópico, a segunda lei da termodinâmica pode ser entendida como uma lei de evolução no sentido de definir a seta do tempo. Ela define processos reversíveis que ocorrem em um universo em constante equilíbrio, e processos irreversíveis onde o universo evolui de maneira a “degradar-se”, isto e, de maneira tal que durante a evolução a energia útil disponível no universo será sempre menor que no instante anterior. Energia útil significa energia que pode ser convertida em trabalho e a medida da degradação da energia útil ou do grau de irreversibilidade do processo e feita através da variação da entropia do universo.
Leia + Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, Vol. 25, no. 4, Dezembro, 2003
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